terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Sem obter palavra de autorização, ouso lançar a público estes que mais não são desabafos de uma alma que não sabe que existe...

Tanta dor eu suporto
Tanta dor me atormenta,
Tanta dor que sinto
Nesta dor que me sustenta

A maior dor de minha alma
É a dor de viver,
Amando sempre com calma
Nesta dor até morrer

Pela morte eu espero
Pela vida vou morrendo,
Amo-te por tudo
Por tudo vou sofrendo

Sofro por ti
Por este louco amor,
Só ainda não consenti
Morrer por esta dor

Esta dor que me alarma
Esta flecha que me espeta,
És a dor que me prende
O sorriso que me liberta

O teu sorriso que é tão doce
Minha vida tão salgada,
Como se pode salvar
Uma alma mal amada?

Uma alma mal amada
Uma vida destruída,
Minha mente está parada
Minha paixão perdida

Perdi a paixão
E a razão de viver,
Deixei para traz o coração
Pensando em morrer

Não consigo mais viver
A morte que não morri,
Não posso mais sofrer
Esta dor que sinto por ti

É por ti que vivo
É para ti que corro,
É teu coração que amo
É por ele que morro

Dedicado a alguém muito especial...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Queria ser uma nuvem

Eu queria ser uma nuvem
E no céu imenso gostaria de me perder
Sentindo a indiferença do vento
No que passa e não pára por mim
E ainda no que fica e não está
Nos momentos e no tempo que me alucinam
Nas ideias que me povoam a mente
E parecem não estar mais fora de mim
Mas apenas e tão só em tudo o que penso
Na imaginação dos compassos de espera
Presenças indiferenças descontinuadas
E por aí me perco de novo
Do que é importante
Do que sou e não estou
Que sempre não sei o que quero
E nas atitudes da vontade me espero
Indo para longe de mim eu entendo
Espero o encontro do meu caminho
O destino do que resta de mim
Por aí... perdido... encontrado... ou não
Preocupo-me ou não com essas coisas
Com tudo o que me rodeia e me perde
Até nos sentidos que espero e entendo
Ou talvez mesmo naqueles que não quero
Naqueles cantos que me irritam os ouvidos
Nos espaços onde estou e fico ou vou
Não sou eu que me espero ou encontro
Serei a imagem que gostaria
Mas ainda não por agora
Talvez que um dia lá chegue...
Sem nome, sem identidade sem saber como até
O importante é o destino não a viagem
O que espero e quero do que sou e serei
Em todas as minhas vontades, desejos, respiro
Que terá sido a minha fortuna
O que gostaria eu de sonhar e ter e ver
Sentir até tudo de uma vez só
Para sempre o que me reste ser
E viver e sonhar e esperar e voltar
Ao ponto de partida do que fui
Até à chegada do que conseguirei ser
E o que espreito por aí em cada esquina
Diz-me que o encontro é meu e de mais ninguém
Nada me espera no fim do caminho
A não ser o som das minhas próprias palavras
Dos sons que agora me soam nos ouvidos
E me inebriam completamente os sentidos
Por aí vou em desenfreada corrida
Ao encontro do que não sei que me espera
Mas cansei-me de ficar à beira da estrada
Parar deixou de fazer sentido
Para quê os momentos de vagar e pensar
Se depois acabo por não resistir ao que sou
Ao que quero sempre e me envolve
Em todos os sons que me revolvem
Me embriagam os olhos, ouvidos,
E me prendem os dedos na fúria do que toco
Seria enorme o final desta história
Mas parar não faz mais sentido
Preciso de avançar e avançar e avançar
E no tempo que deixo para trás
Até de mim esqueço por vezes
Esqueço-me que existo e preciso de mim
Para quê a vontade e a madureza
Se é o desejo em mim que comanda
E diz que direcção tenho eu que seguir
Eu sei que o caminho é o certo
E os passos acertados não sei se os darei
Mas andar de mãos dadas com o destino
Essa é a ideia mais calorosa que tenho de mim
A que melhor me sabe ter e me faz sorrir
Num bem estar que me aquece o íntimo
E me dá a Paz que tanto busco por aí.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Porquê escrever?

Uma questão continua a atormentar os meus pensamentos: porque é que eu continuo a escrever?! O tom é de desespero e tristeza, pois todo o meu esforço não parece conduzir a lado nenhum, não me parece trazer mais que cansaço e ansiedade. Claro que escrever só por si já é um prazer, um que me desenha longos e surpreendentes sorrisos com a imprevisibilidade da mente humana, mas após tantas páginas, tantas horas de trabalho, encontro-me a olhar para o meu trabalho e a perguntar-me se valeu a pena. Nunca tive qualquer critica ao meu trabalho, positiva ou negativa, para além de alguns amargos "Muito bom" ou "Tá engraçado", concedidos de forma desinteressada. Como tantas outras coisas, os textos e livros só parecem ter interesse para o autor, especialmente quando uma página que por vezes demora uma hora a escrever se lê em dois minutos. A escrita é um trabalho subvalorizado, e apenas aqueles que escrevem até que os seus olhos comecem a gritar de dor e a sua mente adormeça sob uma pesada montanha de cansaço, conseguem dar valor aos milhares de linhas que compõe um livro.
Não sei porque escrevo isto ou porque estou a colocar isto aqui, apenas sei que cada vez sinto menos vontade de passar para o papel as ideias que fervem na minha mente. Já escrevi um inicio para um livro de uma colecção de cinco, e tenho ideias e vontade para escrever uma colecção com o dobro do tamanho, mas a cada dia que passa sinto cada vez menos motivação para o fazer. Sei bem que a minha escrita está longe de ser "boa", que peco pela minha precipitação e reduzida importância pelas regras da língua portuguesa, mas nunca por um segundo pedi qualquer opinião sobre esta. Aquilo que mais prezo são as minhas ideias e é sobre elas que busco opiniões, e tendo em conta que são também elas que me obrigam a escrever milhares de palavras todos os dias, começa a ser difícil de o fazer quando consideramos se o seu valor não é assim tão grande…
O tom deste texto é bastante pessoal e sinceramente não estou muito interessado naquilo que possam responder. Penso que procurava apenas algum conforto, procurava libertar alguma da tensão e revolta que sinto, mais do que conselhos ou simpatia. Espero que poucos sintam a mesma frustração que me preenche, e que tenham muito mais sucesso daquele que persigo e que nunca parece mais que uma longínqua miragem.

sábado, 25 de setembro de 2010

Será que pensas em mim?

"Será que ainda me amas, será que ainda sorris? Será que ainda acreditas naquilo que o amor te diz?"

Há algo em ti de especial, não sei explicar bem o que é, mas fazes-me pensar em ti, em tudo o que me disseste e fizeste, fazes-me pensar no porquê que sempre que me aproximo de ti tu te afastas, sempre que estou prestes a ceder, deixas-me de falar e passo meses sem saber nada de ti. Depois voltas, assim do nada, mandas-me um sms, e a conversa vai sempre ter ao mesmo... mas eu tenho receio do que possa acontecer, embora te conheça, sinto que não te conheço o suficiente, que escondes coisas de mim, não percebo como podes sentir o que sentes...preciso de estar contigo para saber o que sentes e principalmente o que eu sinto.
Será que pensas em mim, quando não falas comigo? Será que sentes o que dizes sentir, quando não me mandas num sms? Será que ao longo deste tempo todo lembraste-te sequer do que eu realmente sentes por mim? Ou será que é tudo no momento? Para veres a minha reacção.
Das vezes que tive contigo, trocamos olhares e sorrisos, sim é verdade... mas e palavras? Gestos? íamos embora e lá vinham os sms... houve alturas que em vez de falarmos, travamos ao lado um do outro e mandávamos sms...
Parece tudo muito impessoal...e acabo por ficar de pé atrás.
A verdade é que me lembro muito dessas férias... aquela brincadeira, os sms e os mms...e acabo sempre por ter saudade, de ti,o que não percebo como é possível.

A paixão quer sangue e corações arruinados...
E a saudade é apenas a mágoa por terem sido feito tantos estragos.
E quando acreditei que tudo era um facto consumado,
Veio a foice e mandou-te para longe, longe do meu lado.

Texto dedicado a todos aqueles que sofrem de amor não-correspondido.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Julgamento Final

Dizem que o mundo vai acabar mas não acabou , vai-se acabando,
O Homem vai-se matando fazendo a paz de vez em quando.
Ninguém se respeita , a ganância corrompe os povos,
O caos vai reinando e os velhos ensinando os novos.
A odiar o semelhante chamam-lhe o progresso,
Mas se isto é progredir venha antes o retrocesso.
Todo o Homem tem o seu lado secreto que reina no escuro,
E quando o julgamento vier ninguém estará seguro.
O futuro é sombrio e quem se riu,
Não escapara ileso porque algures alguém o viu.
Neste tempo em que a fé é aproveitada para gerar dinheiro,
Falsos profetas iludem quem fraquejar primeiro.
Porque todos temos que acreditar em algo mais forte que nós,
O Universo é infinito quem nos garante que estamos sós?
Estranhos seres e formas , infinitamente evoluídas,
Pescam a Terra e ensinem-nos a viver as nossa vidas.
Já não respeitamos o meio ambiente , a ira dos céus já se faz sentir,
Terramotos matam milhares , cheias e ninguém os pode impedir.
O castigo Divino ,há males que não se tratam,
Gastam milhões em armas em vez de curar doenças que matam.
Crianças morrem de fome , guerras arrasam continentes,
Uns morrem atingidos , outros morrem por estar doentes.
Buraco do ozono sobe a temperatura há quem prometa,
Derretem-se glaciares que inundarão o nosso planeta.
Manipulam geneticamente ,querem criar o super-homem,
Os soldados do futuro que não se cansam e não comem.
E antes que seja tarde de mais , há que alertar,
O julgamento final vem a caminho para nos apanhar.

Uns cada vez mais ricos outros cada vez mais pobres,
Uns na opulência outros matam-se por uns cobres.
Miséria é tanta , virar a cara não adianta,
Como é que se explica que uma guerra possa ser Santa.
Tudo serve de pretexto para a violência entre nações,
Interesses políticos que giram a volta dos cifrões.
Nós os peões , sabemos o que nos deixam saber,
Vemos o que nos deixam ver , quem sabe o que podem esconder.
Neste tempo de alta tecnologia avançada,
Custa acreditar que a vacina para a Sida não tenha ainda sido inventada.
África morre aos novos poucos o mundo assiste pela televisão,
A xenofobia vai aumentando quase sem oposição.
Segregação , o ódio prestes a rebentar,
Vivemos com o fantasma de uma guerra nuclear.
Estados corruptos, governantes na mão de multinacionais,
Informação manipulada divulgada pelos jornais.

Droga o flagelo que nos destrói sem piedade,
A morte vendida em doses disfarçada de felicidade.
Quem os persuade , quando o sistema já esta viciado?
Para onde quer que olhe vejo corrupção em todo o lado.
Nem as crianças escapam quando o ordenado se atrasa,
Deixam a escola para trabalhar e ajudar em casa.
Vitimas de maus tratos por pais embriagados,
Sem condições condenados sem serem culpados.
Aprendem por si mesmos que é sobrevivência,
O amor que não tiveram transformou-se em violência.
Encontram na rua o conforto que não tiveram no lar,
Mais um numero nas estatísticas mais um corpo por identificar.
Mas ninguém se importa enquanto for longe dos seus quintais,
Enquanto não disser respeito ninguém se importa com os demais.
É este o mundo que vivemos, o mundo que temos,
A pergunta é: será este o mundo que queremos?

O Julgamento Final vem a caminho,
Seremos punidos com o castigo divino.
Ninguém pode combater sozinho,
O Julgamento Final vem a caminho.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Crónica de um louco sentimental - post-its coloridos

Permite-me, que guarde todos os bons momentos que tive contigo, em post-its coloridos e que os cole na memória. Não os quero perder. Quero lembrar-me de tudo, com a precisão que esses momentos merecem.

Pena que os post-its apenas guardam palavras. Não guardam olhares, sorrisos, cheiros, arrepios, toques, nem mãos dadas, nem bocas seladas, nem corpos colados... nem o prazer!

Farei então do meu corpo um post-it capaz de guardar aquilo que as palavras não sabem dizer. Nele guardo o teu cheiro e toda a pele que os teus dedos exploram. Guardo tudo aquilo que o teu corpo partilha comigo... Ainda sinto o teu cheiro... Ainda sinto o teu sabor... Ainda te sinto.

Guardo nos olhos o teu jeito, a tua postura, a tua cara, o teu corpo. Sorriso. Olhar. Mãos.... Ainda sinto o teu respirar no meu pescoço. Ainda tenho o teu coração a bater-me ao ouvido... Ainda te tenho.

Pena que os post-its coloridos não guardam a tua voz. Não te guardam. Só guardam palavras... E nem as palavras sabem do que falo.

Permite-me que rasgue os post-its coloridos e te guarde no peito. Esse sítio que guarda coisas que nem a memória é capaz de guardar.

Ainda te sinto.

Guardado...

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Save me

O meu mundo estremeceu novamente. Com uma violência tão grande que me saltou o coração da boca, o cérebro da cabeça e a alma do corpo. Hoje voltei ao fundo. Sozinho. Pequeno.
Foi contigo que recuperei os sentidos numa altura em que me sentia em queda livre. Agora sinto-me a perder os sentidos outra vez e a recuperar a velocidade da queda.
As minhas palavras sempre foram mudas para ti. Mesmo quando gritava, gesticulava e me contorcia. Mas, para mim, as palavras sempre foram a melhor forma de dizer aquilo que a minha alma carregava e tu ignoravas. As palavras sempre foram o meu refúgio, porto de abrigo... Era o que sentia ao dar-me a elas, quando na verdade o deveria sentir contigo, ao dar-me a ti. Mas não... Para ti nasci mudo, cresci mudo e neste preciso momento permaneço mudo.
Continuarei mudo. Tornar-me-ei cego. Fingir-me-ei de surdo. Até que percebas que um dia eu te falei. Que um dia te contei os meus medos, os meus sonhos, as minhas alegrias, as minhas tristezas. Até que entendas o tanto que te disse e tu simplesmente rejeitaste, ignoraste, não compreendeste e não assimilaste.
Há alturas em que me sinto pequeno, como que enrolado e escondido a um canto. Com medo. Assustado. Angustiado. À espera de dias melhores. Na dúvida. Na incerteza.
Há alturas em que nada faz sentido. Em que me sinto perdido. Revoltado. Amargurado. Magoado. Ignorado. Incompreendido. À espera de dias melhores. Na angústia. Na tristeza.
Há alturas em que não me sinto.
Já não vivo como dantes. Já não sinto como dantes. Já não sonho como dantes.
Tenho uma bolha de ar a encher-me o corpo e a levar-me todos os dias para algum lugar, sem que eu me importe, sem que eu recuse.
Tenho a cabeça em água. Água de rio, que corre e me leva os pensamentos sem que eu os possa ou queira apanhar. Já não sei lutar contra a sua corrente.
Tenho o peito, outrora cheio, inchado. É pesado o que lá guardo, nada consigo fazer para o apertar até sair de lá de dentro tudo o que me faz mal.
Tenho um nó na garganta, um peso nos olhos e um corpo carente.

Que cada palavra minha dirigida a ti se torne muda aos meus ouvidos, para que não mais ouça o que ainda trago cá dentro.